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Impaciência Crónica

Crónicas quinzenais sobre temas diversos e profundos, mas mais pró leve.

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O dilema dos dejectos

Tms, 01.09.24

Depois de muita ponderação, cheguei a conclusão de que não haveria melhor tema para abordar, aquando o meu regresso, do que o chamado "cocó"! 

Não se trata de um cocó metafórico, nem de uma tentativa de fazer humor escatológico (que, pessoalmente, nem acho grande piada) para atrair um público mais infantil mas, sim, de um dilema que pode DIVIDIR A SOCIEDADE! (TAM TAM TAAAAAAAAM)

Antes de o apresentar, permitam-me que confesse: eu tenho um cão, mas nem sempre apanhei o cocó do meu cão. Eis como o justificava, para mim e para os outros:

  1. 99% das vezes as necessidades são feitas na relva, longe do caminho dos transeuntes.
  2. Então, mas o cocó não é biodegradável? É uns dias e desaparece...
  3. Para onde vai o cocó que as pessoas apanham? É melhor haver montanhas de cocó num aterro qualquer??

Mas, depois de vários anos, fui convencido a realizar a apanha do cocó com os seguintes argumentos:

  1. Ah e tal, é uma questão de higiene pública e responsabilidade social.
  2. Então e se uma criança estiver a brincar na relva e mexer no cocó? Pode apanhar doenças!
  3. AS CRIANÇAS, MEUS DEUS, SALVEM AS CRIANÇAS!!

Com argumentos tão poderosos (especialmente o ultimo) não consegui, obviamente, ficar indiferente.

Procedi, então, à apanha do cocó diária até que, um dia, sucedeu algo que julgava pouco provável: o meu cão fez cocó em cima de outro cocó que jazia no jardim! Claro que não iria apanhar apenas o cocó do meu cão, deixando o outro cocó à mão de semear de crianças inocentes! Acho que ninguém faria uma monstruosidade dessas! Mas deixou-me a pensar...

Eis que surge o dilema: e se o cocó de outro cão estivesse imediatamente ao lado do cocó do meu cão? Não o deveria apanhar, PELO BEM DAS CRIANÇAS? E tivesse de me esticar um bocadinho, era um sacrifício assim tão grande, pelo bem comum? E se tivesse de dar um passo para apanhar outro cocó, custava assim tanto?

Se estamos a falar de responsabilidade social, de estarmos a fazer algo para uma sociedade melhor, um futuro melhor... qual é o limite? A partir de que momento deixamos de ser boas pessoas e passamos a ser palermas a apanhar cocós pela rua acima? Claro que, se todos fizessem a sua parte, cada um só se tinha de preocupar com os dejectos do seu próprio cão, mas é por outros serem irresponsáveis que nós temos de o ser?

Poderem sobre o assunto, partilhem com familiares e amigos, para que, juntos, consigamos chegar a uma resposta... PELAS CRIANÇAS!

Vemo-nos por aqui.

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