Férias compulsivas
Chegámos a Agosto e, com ele, vem um merecido descanso de todas as minhas parvoíces. O texto que se segue é da autoria de Rui Esteves, um velho amigo cujo blog no chão da sala é tão bem escrito e engraçado, que me inspirou a começar a escrever este blog.
Quem trabalha tem, de vez em quando, vontade de tirar umas férias. Ou, pelo menos, eu tenho. Infelizmente, nem sempre dá para o fazer quando me apetece, o que me faz procurar alternativas. Ligar a dizer que estou doente já não pega, porque posso trabalhar de casa na mesma.
No entanto… se calhar o caminho da saúde é o mais seguro. Está aí a chegar a altura de voltar à consulta de medicina do trabalho, e talvez dê para conseguir sair de lá com a avaliação “não apto”, e ter de fazer uma pausa até voltar a estar apto. O verdadeiro problema é não saber os parâmetros para conseguir essa avaliação. Dores de cabeça regulares? Na volta, precisas de óculos – apto! Dificuldade a deslocar-se? Canadianas ou, se for mais grave, cadeira de rodas ou teletrabalho permanente – apto! Caiu-me um braço? Irreal – apto!
Acho que a única forma é fingir que tenho um amigo imaginário e levá-lo comigo à consulta. Entro no consultório e puxo duas cadeiras, “sôtôr, aqui o Vítor quis vir comigo porque diz que não pergunto tudo o que devia”, e aponto para o lado. Depois, posso reagir a qualquer recomendação do médico olhando para a cadeira vazia e dizendo, “pois, era o que tinhas dito” ou “eu não disse que não era nada?” Para ter uma base sólida, posso começar a apresentar o Vítor aleatoriamente a colegas no escritório antes da consulta, assim se o médico telefonar a perguntar alguém lhe diz que, de facto, tenho um amigo imaginário. O truque é conseguir manter num nível leve, porque gostava de continuar a trabalhar depois das fér… período de baixa médica.
O Vítor acha que vale a pena arriscar.
Obrigado, Rui.
Vemo-nos por aqui.