Armado em Chico-expert.
Não sei quem precisa de ler isto, mas: PÁRA DE ACREDITAR EM TUDO O QUE VÊS NA NET, MÃE!
Eu compreendo que, para o mundo funcionar, temos de partir do pressuposto de que as pessoas são confiáveis e, de um modo geral, decentes. Quando vamos a um centro de saúde, confiamos que o individuo de bata que nos pede para tirar a roupa é, de facto, um médico. Quando vamos a um restaurante, não nos questionamos se quem está na cozinha é mesmo cozinheiro ou, quando entramos numa loja, não duvidamos que quem usa uniforme trabalha na loja. Assumimos que as pessoas são o que dizem ser e, até prova do contrário, que sabem o que estão a fazer (até porque seria impensável mergulhar no LinkedIn à procura de referências de todas as pessoas com quem trocamos bem ou serviços).
Este raciocínio acaba por, geralmente, ser acertado. Não só os indivíduos estão no sitio certo, com o uniforme certo, como (aparentemente) é preciso passar por algumas fases até estarem naquela posição, em que nos pedem para dobrar sobre uma marquesa enquanto calçam umas luvas cirúrgicas. O problema é quando se transpõe esta forma de pensar para o mundo digital!
Não é segredo nenhum que há um problema de desinformação na internet, o que não impede muita gente (de todas as idades) de partilhar remédios milagrosos e citar factos extraordinários que descobriram no tiktok, instagram, etc. Sim, usam bata e expressam-se eloquentemente mas, se fazem conteúdo para a internet, a intenção deles poderá estar mais voltada para o engagement do que para a educação. Eu já me apanhei (algumas vezes) na armadilha de aceitar a informação que recebo como factual e, mais tarde, descobrir que havia sido ludibriado. Acho que não é de espantar, dada a quantidade de informação que nos chega todos os dias. A linha entre o real e o entretenimento vai-se esbatendo, à medida em que clicks e views se vão transformado em dinheiro e fama.
Mas não acreditem no que escrevo só porque uso bata e me expresso, tipo, bué bem, yah!
Vemo-nos por aqui.