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Impaciência Crónica

Crónicas quinzenais sobre temas diversos e profundos, mas mais pró leve.

Impaciência Crónica

Crónicas quinzenais sobre temas diversos e profundos, mas mais pró leve.

Ligações anónimas

Tms, 15.03.24

Eu não atendo números desconhecidos. 

Nem é só quando aparece "número desconhecido" no ecrã, eu simplesmente não atendo qualquer número que não conheça. Causa-me desconforto quando o telemóvel toca e vejo uma sequência de dígitos que não reconheço, como se estivesse numa casa de banho pública e começassem a bater à porta. Sei que não sou o único nesta situação (quiçá por ser bué jovem), mas acho que A CULPA É DESTAS MALDITAS NOVAS TECNOLOGIAS (ok, talvez "jovem" seja algo exagerado).

Na minha juventude cheguei a experienciar algumas barbaridades, como o uso do telefone fixo, em casa, para realizar e receber chamadas. O nosso primeiro telefone nem ecrã tinha, por isso não havia qualquer maneira de saber quem nos estava a ligar até, de facto, atendermos. E atendíamos, sempre na esperança de ser algum familiar ou amigo, esquecendo todas as (não muitas) outras vezes em que ficámos demasiado tempo presos na conversa de um telemarketer. Era uma roleta russa, no sentido em que gostariamos de dar um tiro na cabeça quando ouvíamos um "era possível falar com o responsável pela **** aí de casa?".

Mas a tecnologia evoluiu e mimou-nos com informação. Agora é possível ver se quem nos liga é realmente um familiar ou amigo, sem ter de atender. Isto aliado ao facto dos scams e spam telefónico serem cada vez mais, não dá vontade nenhuma de atender alguém que não seja uma das 5 pessoas com quem quero falar. Tornou-se mais conveniente não atender, até porque depois até posso ver no google que informação há sobre o número. É importante? Envie um e-mail. É urgente? Envie uma sms. 

Eu não me estou a queixar. Só estou a dizer que, se me ligarem e não vos atender... culpem a tecnologia.

Vemo-nos por aqui.

Com um grande poder, vem grande ociosidade.

Tms, 01.03.24

Sejam sinceros: se ganhassem um super-poder, tornar-se-iam super-heróis?

Quantas vezes não gostaríamos de ter o poder de tele-transporte, não para salvar o mundo, mas apenas para não ter de apanhar chuva quando é preciso ir a algum lado? Quantos fãs de Harry Potter não desejaram poder exclamar Accio, apenas para apanhar o comando que ficou na mesa, quando se sentaram no sofá? Todos sabemos a primeira coisa que fariamos, se nos tornassemos invisiveis...

Eu diria que a maior parte das pessoas, onde também me incluo, iria usar o seu novo super-poder para facilitar a sua vida, e não para a complicar mais. É como o pessoal que ganha o euro-milhões e nem à família quer contar, porque se dão a uns, têm de dar a outros, e já agora ao melhor amigo e ao que tem "uma boa ideia para um negócio" e NUNCA MAIS ACABA! Começamos por voar a tia ao centro de saúde e acabamos a levar a familia toda à Disneyland Paris, só para não dar dinheiro à TAP.

Um super-poder não nos torna super-heróis nem super-vilões, e está tudo bem. A maior parte dessas personagens vive numa realidade à parte dos comuns mortais, onde não tem de se preocupar com o mundano. São milionários, ou ligados a milionários, ou são seres interdimensionais invulneráveis, que nem precisam de comer! 

Qual era o super-poder que facilitaria mais a vossa vida? Eu gostaria de provocar diarreia explosiva instantânea em quem quisesse. Está estacionado em segunda fila, a impedir o transito? Toma lá diarreia explosiva! Está a usar o telemóvel no cinema? Toma lá diarreia explosiva! Tem prisão de ventre? Toma lá diarreia explosiva! MUAHAHAHAHAH!

Vemo-nos por aqui.